Em 1974 começaram aparecer os primeiros forasteiros vindos de diversas partes do país e das ex-colónias. Tinha-se iniciado o Complexo Industrial de Sines, e esta região apresentava-se como a terra prometida. Vinham em busca de um salário garantido e de um nível de vida melhor. Chegavam de mãos vazias, carregando apenas esperanças e ilusões. Vinham de mundos diferenciados pela história, pelas vivências e pelas suas características económicas e sociais. De comum apenas tinham o facto de todos quererem trocar a força dos braços por uma vida melhor.
À medida que se processava o recrutamento de trabalhadores pelas empresas do Complexo, a afluência ao novo Centro Urbano ia aumentando. Os trabalhadores instalavam-se com as respectivas famílias e retomavam as vidas interrompidas pela deslocação.
As obras continuavam. Os arruamentos iam surgindo e a Cidade Nova ia-se consolidando. Apesar da fraca qualidade de alguns edifícios, os novos habitantes instalavam-se nos vários bairros.
As pessoas conheciam-se através das empresas, já que todas elas se identificavam pela situação que tinham em comum com o Complexo Industrial de Sines.Os primeiros estabelecimentos comerciais demoraram a surgir, pelo que um grande número de trabalhadores formaram cooperativas de consumo, por forma a responder ás necessidades de abastecimento da população.
Através da acção de uns e da dinamização de outros, a organização social de Santo André foi nascendo e formando as bases de uma comunidade assente no projecto megalómano do Complexo Industrial de Sines.
*Textos retirados do livro não publicado do escritor Luís de Sttau Monteiro, intitulado “Santo André - Um Areal de Esperança”.
2 comentários:
os meus pais e o meu irmão á janela :)
Boa tarde, encontro-me a estudar a Cidade de Santo André. Será que me pode dizer como consultou ou teve acesso ao livro de Luís de Sttau Monteiro?
Obrigada
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